quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Voltando ao neurologista

Há uma semana atrás voltamos ao primeiro neurologista do meu pai. É que eu me trato com ele (conforme já disse aqui no blog) e aproveitei que estava lá na semana retrasada para marcar uma consulta para o meu pai.

Foi muito boa a conversa que o médico teve com a gente. Ele foi bem claro, mas, ao mesmo tempo, sensível, para explicar que meu pai não tem mais condições de dirigir e sair de casa sozinho.

Como esperado, meu pai ficou um pouco "revoltado", mas não chegou a ser mal educado. Só abaixava a cabeça, meio contrariado, e concordava com o que o médico dizia.

Por incrível que pareça, meu pai disse que lembrava do início do ano, quando ele precisava da nossa ajuda até para tomar banho.

Meu pai reclamou que não tem o que fazer, mas é tão difícil sair de casa com ele! 

Ontem fomos os supermercado e ele empurrou o carrinho com força em direção a um carro que estava dando ré! Se eu não tivesse sido rápida, teria causado um estrago e os danos poderiam ser bem piores. Ainda bem que o motorista nem desceu e falou nada, pois o carrinho só encostou.

Aí o médico sugeriu terapia ocupacional. Minha mãe está pesquisando e vamos ver se dá certo. 

Não me lembro quando, acho que em 2010, meu pai e eu fomos até uma loja de materiais de arte e compramos um monte de tinta, telas, pincéis, cavalete e tudo mais. Mas meu pai nem chegou a usar nada disso. Ele fala que não tem um atelier, um espaço adequado. Só que se ele quisesse pintar, teria espaço no quarto dele ou na sala...

Apesar de ter momentos de agressividade, ainda assim não compensa dar remédios que possam deixa-lo "bobo" novamente, babando, sem apetite e sem forças.

No fim, não foi receitado nenhum medicamento, já que meu pai está bem assim. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Nosso novo amigo Bobby!

Meu mais novo amigo e membro da família é, quem diria, um peixinho Betta. Nunca pensei que teria um peixe e muito menos que me afeiçoaria! Estamos com ele há quase um mês.

Meu pai ficou receoso no início e perguntou se minha mãe tinha me "autorizado" a ter um peixe. Também fez questão de dizer que eu seria a responsável pelo bichinho e, quando eu for embora para morar com meu namorado, terei que leva-lo comigo. Concordei com tudo e ele "liberou" meu novo amiguinho! 

Incrível como meu peixinho, batizado de Bobby Ringo Starr, é espertinho! Ele me reconhece e fica contente com a minha presença!

Às vezes meu pai chega perto do aquário e pergunta pro Bobby se ele quer conversar! Ele fala assim "aaahhh, você quer conversar? Gosta de conversar, né? Quer bater um papo?" e sempre elogia, dizendo que esse é um peixinho esperto, que segue a voz e o rosto do meu pai, mesmo quando ele dá a volta no aquário.

Ontem meu pai falou num tom meio sério:

- Ôoooo, Mônica!
- Oi, paizinho! - respondi, já com medo da voz grossa do papi.
- Você não vai mais poder levar  seu peixe embora! - fiquei surpresa e perguntei:
- Uai! Por quê?
- Porque agora ele é meu novo amigo! 

Respondi que deixaria o Bobby aqui em casa e ele deu um sorriso bem gostoso.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Meu pai fugiu de casa.

No último sábado cheguei no meu limite.

Estava deitada a tarde, com enxaqueca, quando escutei meu pai abrindo a porta da sala. Até aí, normal, pois ele sempre abre para dar uma "sapeada lá fora"(sic). Só que ele trancou e ficou do lado de fora de casa. Fiquei um pouco preocupada, mas como ele não tem a chave do portão, pensei que em pouco tempo ele entraria em casa. E foi o que aconteceu. Continuei descansando.

Depois de um tempo, estranhei que a televisão continuava desligada e não ouvia barulho de computador e nem nada.

Fomos procurar meu pai e não encontramos. Na hora bateu um desespero, mas pensei: "calma, Mônica, ele saiu há poucos minutos e não deve estar longe. Sua burra, como não percebeu que ele saiu???????". Não sei onde ele encontrou uma chave do portão. 

Liguei para o celular e meu pai atendeu (ufa!). Perguntei onde ele estava e recebi uma resposta meio grossa, impaciente, dizendo que estava indo ao parque e não sabia o nome da rua. 

Enquanto isso, meu namorado e eu saímos. Depois de poucos minutos, liguei novamente, perguntando se meu pai não sabia o nome da rua ou alguma loja por perto e ele disse "Rua Chile". Para confirmar, perguntei de novo "Rua Chile? e ele ficou bem nervoso. Falei que iria busca-lo. Ele disse que não precisava e eu iria me perder.

Fizemos o caminho habitual para ir ao parque. Como meu pai deu uma referência, foi mais fácil para encontra-lo. Meu namorado avistou meu pai e parou o carro. Antes de descer do carro e falar com ele, o Régis (namo) falou para esperarmos um pouco e observarmos seu comportamento. Pensamos em deixa-lo caminhar bastante, até cansar, e segui-lo devagarinho. Mas desistimos, pois poderia ser perigoso. Pelo menos ficamos tranquilos ao ver que meu pai ainda sabe atravessar a rua direitinho.

Tivemos uma idéia: fingir que meu namorado estava correndo, "encontrar" meu pai ocasionalmente e ir embora para casa. Ultrapassamos meu pai e estacionamos mais à frente. Meu namorado desceu do carro e saiu correndo. Saí de fininho e fui estacionar por perto, sem ser vista.

Depois de uns 10 minutos de espera, liguei para o Régis (o que seria da gente se não tivéssemos celulares, né?) e ele falou num tom surpreso "Mônica, eu tava correndo e eu encontrei seu pai caminhando! A gente andou um pouco, mas já estamos meio cansados! Você pode nos buscar?". Eles sentaram em um ponto de ônibus e em menos de 5 minutos eu cheguei e peguei os 2. 

O Régis me contou que meu pai falou pra ele (num tom meio sarcástico) que eu tinha acabado de ligar e queria busca-lo, mas ele achou melhor não, pois eu iria me perder. Também me disse que ao passarem por uma família com um cachorro, meu pai falou que não estava num dia bom e queria "dar uma bica" no cachorrinho.

Meu pai não tinha a menor noção de onde estava, nem de como ir ao parque. Meu namorado falou que ele só sabia (erroneamente) que deveria pegar a Av. Independência. 

De madrugada, quando ele já estava dormindo, tirei a chave dele do quarto e escondi no meu. 

No dia seguinte, ele perguntou "quem foi o energúmeno que pegou a minha chave?" e me pediu ajuda para procura-la. Respondi que não sabia e que ajudaria ele na busca. E ele sossegou. 

Na verdade, minha mãe chegou de viagem no domingo a noite (finalmente!!!) e, coincidentemente, ele ficou mais tranquilo.





domingo, 8 de setembro de 2013

Meu pai quase me bateu!

Na última sexta-feira enfrentei meu pai. Geralmente, como já disse aqui antes, saio de perto quando ele começa a se alterar e ficar nervoso. Mas desta vez, fiquei firme e forte e não dei o braço a torcer. 

De manhã saímos de casa para ir ao shopping, banco e supermercado. No mercado meu pai já estava bem cansado, se apoiando nas prateleiras. Fiquei preocupada, mas ele, muito orgulhoso, falou que estava bem. Pensei que passaria a tarde mais sossegado. Me enganei...

Após o almoço, meu pai quis ir ao parque e eu estava limpando a casa, toda suja e suada.

Falei para ele para irmos no final da tarde, pois o clima é mais ameno. Ele já ficou alteradíssimo, nervoso, e começou a gritar que eu achava que era dona do carro, que ele iria a pé, sozinho. 

Na hora não soube improvisar muito bem e falei novamente para ir depois, pois se ele fosse sozinho não saberia como chegar lá. É que uma vez, quando eu estava viajando, uma tia e minha irmã estavam em Ribeirão e tentaram levar meu pai ao parque, mas ninguém soube o caminho. Relembrei meu pai deste episódio e ele ficou com aquela cara transtornada, de olhos arregalados, se aproximou de mim, e bateu a mão com muita força na mesa. Gritou bem alto que não queria brigar, mas se eu quisesse brigar, ele brigaria. E começou a tossir e se curvar. 

Fiquei parada, em pé, olhando para ele, sentindo uma mistura de raiva com pena. 

Como não saí de perto, como de costume, acho que ele ficou meio sem graça, não sei, e foi para o quarto dele. Ouvi ele me xingando de todos os palavrões possíveis e imagináveis.

Nisso, minha irmã me mandou mensagem, falando de assuntos pessoais e contei mais ou menos o que aconteceu. Ela me ligou preocupada e questionou a necessidade de voltar com os medicamentos para controlar o nervosismo. 

Esse é um assunto que precisa ser muito bem analisado e decidido, pois remédios tem tantos prós quanto contras bem fortes.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Meu pai quer voltar a dirigir!

Nos últimos dias, como já disse em outro post, meu pai anda extremamente mal-humorado. E está querendo dirigir novamente.

Ele me pergunta qual é o telefone de auto-escolas e eu falo que não sei, fechou a única que eu conhecia, desconverso. Também pergunta se eu sei se é possível tirar a segunda via da carteira de motorista aqui em Ribeirão Preto. Novamente, eu digo que não sei, não faço idéia. E saio de perto, pra ver se ele esquece do assunto. 

Já tive vários pesadelos com meu pai dirigindo e eu de passageira! Sempre sinto o medo que sentia nos últimos anos quando ele era o motorista. Tipo um frio na espinha!

Fico imaginando se ele voltasse a dirigir. Seria um perigo! Só de andar em lugares movimentados ele "tira fina" de algumas pessoas - não se importando se são idosos ou crianças! Um carro na mão dele seria como uma arma. Às vezes quando estou dirigindo e tem algum motoqueiro ou ciclista fazendo barbeiragem, ele me fala para passar por cima, pois se fosse ele, passaria!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Novo cuidador para o meu pai e minha avó


Finalmente encontramos uma pessoa de confiança para tomar conta do meu pai e da minha avó: meu tio, irmão da minha mãe.

Minha mãe fez o "convite" há alguns dias, pois meu tio está desempregado há um bom tempo e está difícil encontrar um trabalho ou abrir um negócio. Ele já está arrumando as coisas dele em Curitiba e, em breve, vem morar em casa.

Nunca tinha pensado nessa possibilidade. Minha mãe disse que ele ficou contente em poder cuidar de sua mãe.  

Meu pai ainda não sabe da notícia e estou com um pouco de medo de contar, pois não faço idéia de como ele vai reagir. Afinal de contas, para ele, não há necessidade nenhuma de cuidador, pois acha que está saudável.

E eu, que estava bem desanimada e sem esperanças de encontrar alguém de confiança, estou mais tranquila. Agora, acho, posso sair de casa.  

Estou para terminar meu curso noturno. Quando acabar, pretendo mudar para Indaiatuba e começar a minha história. 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Não sei bem se é por causa da mudança de rotina, pois minha mãe está viajando e minha vó está fora tbm, ou se é a lua cheia que está chegando, mas meu pai está tão mal humorado esses dias! 

Está difícil ficar perto dele. 

Tudo vira motivo para grosseria. Impressionante! Tento ficar no meu quarto, mas de olho. Só q nas refeições ele aproveita pra brigar. 

Dá até vontade de dizer a verdade, que ele é doente e vai voltar a tomar remédio se ficar se comportando assim. Mas a consciência não me permite sacanea-lo assim. O clima daqui é meio cruel: quente e MUITO SECO. E meu pai fica pedindo para ir ao parque às 14h, um dos piores horários, pois o sol está insuportável e o ar seco cansa a respiração. Fora minha boca, q fica nojenta de tanto ressecar e descascar. Ainda nao encontrei nenhum pruduto q nâo me de alergia e consiga hidratar meus labios.. Tem gente q fala q eh só tomar água. Até parece,bebo 3 litros e nada. Tentei explicar isso pro meu pai e ele fcou puto, falou q eu nunca estou satisfeita com nada.

Ai, que nervoso!!!!! Putz. Acho q o mal humor do meu pai me contagiou.