terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sobre a doença: O que é doença de Pick?

Escolhi a melhor explicação que encontrei na internet, e que descreve mais semelhanças com meu pai:



"A doença de Pick, descrita pela primeira vez em 1892, consiste em uma demência progressiva definida de acordo com critérios clínico-patológicos. Ao contrário da doença de Alzheimer e outras demências que apresentam déficits cognitivos localizados no córtex posterior (parietal), a doença de Pick costuma afetar os lobos frontal e/ou temporal. Atualmente, este distúrbio é considerado por muitos autores como parte de um ‘complexo’ de distúrbios neurodegenerativos com aspectos clínicos e histopatológicos similares".

O conceito de demência fronto-temporal – da qual a doença de Pick é um exemplo – engloba uma ampla variedade de distúrbios. Clinicamente, a doença de Pick (DP) pode ser idêntica a diversas outras situações envolvendo degeneração do lobo frontal. 

Alguns casos detectados precocemente evidenciam uma gliose subcortical progressiva, mas não raramente encontra-se um quadro de demência sem qualquer alteração histopatológica específica.
A DP responde por 10-15% dos casos de demência clínica.

Ela é a terceira forma mais comum de demência cortical neurodegenerativa, perdendo apenas para a doença de Alzheimer e a doença dos corpos de Lewy. Após o óbito, apenas cerca de 5-7% dos pacientes classificados clinicamente como portadores da doença de Pick preenchem os critérios neuropatológicos para DP. O inverso também é verdadeiro: muitos pacientes com DP confirmada à autopsia receberam um diagnóstico de doença de Alzheimer (ou outro distúrbio neurodegenerativo) durante a vida.

A DP é inexoravelmente progressiva, levando o paciente a uma incapacidade severa e óbito após uma média de 6-10 anos de evolução. Os homens são mais afetados que as mulheres, especialmente entre os 55-65 anos de idade.


O início da disfunção comportamental e cognitiva é insidioso. Os pacientes começam com alterações discretas do nível de consciência e o curso clínico nos primeiros 2 anos de evolução depende principalmente do sítio da disfunção.

Indivíduos com disfunção orbitofrontal desenvolvem um comportamento agressivo e anti-social. Leptomania e distúrbios obsessivos ou repetitivos são comuns. Pacientes com disfunção frontal dorsomedial ou dorsolateral desenvolvem déficits de atenção ou mesmo amnésia, apatia, redução da espontaneidade, depressão. 

Os distúrbios da fala e da linguagem em geral evoluem rapidamente, e tendem a ser mais intensos que o comprometimento da memória. A incontinência esfincteriana se instala precocemente (ao contrário do observado na doença de Alzheimer). Alguns pacientes podem apresentar parkinsonismo, mas este, quando severo, sugere a presença de outro diagnóstico (p.ex.: degeneração dos gânglios corticobasais, doença de Lewy, paralisia supranuclear progressiva, etc).

Os achados ao exame físico são bastante semelhantes a um quadro de doença de Alzheimer. Ecolalia, anomia, ecopraxia, hiporreflexia generalizada ou  localizada, acinesia, paratonia e tremores de repouso podem ser observados. A capacidade de orientação espacial costuma estar preservada.
Infelizmente, não existe uma farmacoterapia específica para a DP. Muitos autores recomendam o uso de neuroprotetores (p.ex.: ibuprofeno, vitamina E) e sintomáticos (p.ex.: antidepressivos, agentes colinérgicos e dopaminérgicos).
O acompanhamento periódico é necessário para tratar os distúrbios comportamentais e os problemas clínicos subseqüentes, com reavaliação do diagnóstico sempre que preciso. Assim como na maioria dos casos de demência, a DP é lentamente progressiva, levando o paciente a incapacitação. O processo todo pode levar vários anos.



A doença de Pick (DP) é uma forma de demência fronto-temporal e responde por 15% dos casos de demência clínica. A DP é inexoravelmente progressiva, levando o paciente a uma incapacidade severa e óbito após uma média de 6-10 anos de evolução. Os homens são mais afetados que as mulheres, especialmente entre os 55-65 anos de idade. Ao exame clínico, os achados são bastante semelhantes a um quadro de doença de Alzheimer. Os exames complementares em geral são utilizados para excluir diagnósticos diferenciais. Não existe farmacoterapia específica para a DP.














 
Fonte: Equipe Editorial Bibliomed

Cotidiano: Internet para Idosos

Hoje meu pai quis entrar na internet, logo após tomar seu café. Para isso, preciso sempre ligar seu computador e fazer o login nos emails e facebook. É, meu pai é moderninho, tem face! Rs. Só que ele não consegue mais se lembrar de como abre o internet explorer e como se entra em sites.


Muita gente ainda não sabe da doença dele, então continua enviando normalmente alguns emails encaminhados, principalmente daqueles com piadinhas, fotos, notícias, etc. 


De vez em quando, meu pai encaminha alguns emails para mim e outras pessoas. 


Certa vez ele encaminhou um email com fotos de mulheres nuas para quase todo mundo da lista de emails, incluindo amigos, colegas de trabalho, tios, tias, primos, primas, filhos... Tenho certeza que ele não tinha consciência na hora do que estava fazendo, pois nunca fez isso antes, quando ainda não estava com Pick.