quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Soletrando palavrões

Meu pai tem falado palavrão durante as refeições e eu logo digo "pai, não pode falar C-U"(soletro o palavrão). Ou "M-E-R-D-A", etc. E ele ri, quando às vezes está começando a ficar nervoso. Achei um bom jeito de distrai-lo e faze-lo rir! 

Em uma das vezes, soletrei uns 3: "pai, não pode falar C-A-C-E-T-E, P-O-R-R-A e nem M-E-R-D-A"). Minha mãe quis entrar na brincadeira e falou "não pode falar C-C-O também" (referindo-se a "cocô"). Meu pai começou a gargalhar e a tirar sarro, enquanto eu ria e dizia que ela ficou com a palavra mais fácil e errou!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Batatinhas, o desenho


A tarde meu pai assiste um pouco de televisão. De vez em quando assiste desenhos.

Hoje ele viu o começo de um chamado Batatinhas (http://www.youtube.com/watch?v=loaNrAk8NIo) e comecei a cantar junto a musiquinha da introdução, que já tinha ouvido e achado bonitinha.

Durante o dia fiquei cantando várias vezes e meu pai ria e falava "parece boba!" e repetia "batatinha, batatinha, o que!" e dava risada.

Após o jantar, lembrei da musiquinha e cantei. Ele ria com gosto e também cantava! Depois disse "vou contar para o Regis que você fica cantando batatinha!" (meu namorado) e eu respondi que tudo bem, ele iria amar. 

Peguei o ipad e procurei a musiquinha no youtube enquanto ele comia uma fruta de sobremesa. Meu pai ficou super contente e cantou junto! E eu, então, cantei com mais gosto! Ele riu bastante e pediu para eu mandar por e-mail para ele, pois queria ver de novo depois e rir mais um pouco. Depois que enviei, ele me pediu para mandar para meus irmãos, mãe e prima Marcia, e falou que seria legal se todos nós cantássemos juntos. 

P.S. acabei de postar isso e meu pai está vendo o vídeo neste exato momento e dando risada. =) Já ouviu 2 vezes!

Meus primeiros Cookies e o trocadilho do meu pai

Ontem fiz cookies pela primeira vez. 

Após o jantar, ofereci para minha avó, que falou que era muito grande e perguntei se ela gostaria de meio cookie.

Assim que falei, meu pai já começou a rir e disse:

- Meio cu? Meio cu não existe! Hahahaha - começamos a gargalhar e ele continuou - Bom, meio cu eu nunca vi! Mas pelo menos deve ser meio fedido! - e rimos até não aguentar mais!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Decepcionada com a possível cuidadora.

Não queria escrever um post pessimista, mas não tem como. Já faz algumas semanas que me decepcionei muito com a possível nova cuidadora do meu  pai. Aliás, acho que faz mais de 1 mês que ela não vem mais em casa.

Tudo começou em um sábado normal. Meu pai estava tomando café da manhã e chamou a Dona Lucia. Sem ser grosso, nem nada fora do comum, ele pediu para ela tirar umas latas de tinta que estavam na garagem há mais de um ano. 

Essas latas de tinta e outros materiais foram deixados pelo marido dela, Clovis, que pintou os muros e paredes de casa no ano passado. 

Até pouco tempo atrás, isso não incomodava meu pai. Mas nos últimos dias, ele começou a se irritar com aquela bagunça.

Voltando à conversa. A Dona Lúcia respondeu que iria pedir para o marido dela tirar. E meu pai perguntou se demoraria muito. Eu falei para ele ficar tranquilo que em breve as latas seriam removidas. E mudei de assunto.

Na hora de ir embora, a Dona Lucia se despediu normalmente, sem apresentar nenhuma alteração.

No dia seguinte, o marido dela, que sempre tocou a campainha para entrar em casa (eles tem as nossas chaves), entrou na garagem sem falar nada e começou a retirar as coisas. Ouvimos barulhos e minha mãe foi ver quem estava lá. Conversou um pouco com ele, que contou que a dona Lucia não conseguiu dormir na noite anterior e estava muito nervosa. Minha mãe estranhou, mas deixou pra lá, pois sabe que a Lucia realmente é ansiosa e fica assim por coisas bobas.

Na segunda de manhã bem cedo, o Clovis apareceu novamente em casa, sem falar nada, com o carro do filho da patroa da Lucia, para buscar o resto do material. A patroa que, segundo ela, é mão de vaca e materialista, deixaria o marido da funcionária usar o carro do filhinho??? Marido que, quando estava bêbado, bateu o próprio carro, deu PT, e agora não tem outro carro?

Fiquei imaginando se, na verdade, a patroa dela não era tão má como a Dona Lucia falava. Ou se ela fez tanto drama que a patroa malvada ficou com pena. Sei lá. Nada disso me interessa mais.

Minha mãe conversou com o Clovis de novo e ele falou que meu pai foi super grosso com a Dona Lucia. Mesmo sabendo que ele é doente e que esse tipo de coisa poderia acontecer a qualquer momento, ela ficou bem nervosa e o Clovis falou que ela não era obrigada a entender a doença do meu pai. Pronto. Neste momento, vimos que ela não é a pessoa adequada para tomar conta do meu pai. Primeiro porque meu pai não foi grosso e nem nada. Segundo, porque, mesmo se tivesse sido, seria algo que ela teria que aprender a lidar.

Estaca zero novamente. Minha vida profissional precisa esperar mais um pouco. Deveria ser possível colocar no currículo que cuidei com carinho do meu pai, né? Pena que não dá e ninguém entenderia... 

Desejo de trabalhar novamente

Ultimamente meu pai tem passado bastante tempo no computador.

Ele tem falado (quase todos os dias) que precisa trabalhar. E que se arrepende de ter se aposentado. 

Uma vez ele me perguntou como foram os últimos anos desde seu último emprego e por qual motivo se aposentou. Fiquei meio receosa de falar a verdade, mas disse, meio sem graça, que ele ficou meio doente. Na hora ele já levantou as sobrancelhas e soltou um "ah é, né?". E não tocou mais neste assunto "doença".

Em outra ocasião, ele me disse sorrindo:

- Mônica! Recebi uma proposta para trabalhar na China. 

Estranhei um pouco e perguntei:

- Ah é? Quem chamou?

- Isso é que é gozado. Não sei como descobriram meu e-mail. Ó, tão falando aqui para eu revender uns produtos chineses. Será que é uma boa?

- Xiii, pai, melhor tomar cuidado. 

Logo após meu último comentário, ele mudou sua fisionomia e ficou nervoso:

- Cuidado com o que? CUIDADO COM O QUÊ??????

- Cuidado com picaretagem... deve ser trote... - respondi, já meio chateada. 

- EU SEI, MINHA FILHA!!! EU NÃO SOU IDIOTA!!! EU NÃO NASCI ONTEM!!!!!!!!!!

- Tá bom...

Respondi meio baixinho, fui para o meu quarto e fiquei por lá.

Imitando a TV


Meu pai e eu gostamos de imitar a fala e a voz de um desenho que passa no final do seriado House. Antes de passar, sempre imito e rimos bastante (https://www.youtube.com/watch?v=rT5TAy7hJ_8). E meu pai diz "acertou, hein!".




quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Dermatologista - Pele ressecada

A pele do meu pai ficou super ressecada neste inverno, principalmente nas pernas e pés. Ficou parecendo uma ferida, até. Ainda bem que não estava coçando e nem doendo. Apenas a aparência estava deixando meu pai incomodado. 

No ano passado ocorreu o mesmo problema, mas em partes diferentes do corpo: barriga e costas. 

Voltamos à dermatologista, que logo notou a melhora cognitiva do meu pai e me elogiou! Fiquei super contente! 

Ela recomendou banhos rápidos e não muito quentes. E creme, muito creme, sempre depois do banho.

TriXéra+ Selectiose CremeTenho passado um creme que a médica receitou para pele sensível da marca Avene. Como não tem cheiro, é melhor, pois meu pai ficou incomodado com o creme que passei no ano passado. 

De manhã, assim que escuto a porta do banheiro abrindo após o banho, vou até o quarto do meu pai para passar o creme. De vez em quando ele ainda está de cueca e fica fácil. Mas às vezes ele já colocou a calça e reclama um pouco. E até fica meio bravo. Teve uma vez que falei para ele mesmo passar o creme, então, que eu não iria mais ficar "enchendo o saco". Imediatamente ele respondeu que tudo bem, eu podia continuar passando, pois ele não queria ficar com as mãos "melecadas". Hehehehe. Espertinho, não?

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Cuidado para não perder o idoso de vista!

Está cada dia mais difícil sair de casa com meu pai. E, quando tento, sempre vivo uma nova emoção.

Quando fomos ao parque outro dia, passou um jovem correndo ao lado dele, sem encostar, mas mesmo assim, ele falou uns palavrões cabeludos. Pedi para trocarmos de lado e meu pai andou na "margem" da pista, para não ter o risco de alguém "tirar uma fina" (sic).

Em uma outra ocasião, meu tio (irmão da minha mãe) veio passar uns dias em casa e fomos ao parque - meu pai, minha avó, meu tio e eu. 

Minha avó anda bem devagarzinho e gosta de curtir a natureza, observar os pássaros, peixinhos, flores, tartarugas, etc. 

Meu pai ficou impaciente e quis andar na frente. E foi se distanciando. Como a pista é circular, não achei que seria perigoso, pois quase não tinha gente e dava para supervisionar de longe. De repente, ele fez uma curva e saiu da pista. Caminhou a passos rápidos em direção a um corredor que tem algumas saídas em comum: 3 para continuar percorrendo o parque por fora e 1 em direção ao estacionamento/saída. Me deu um certo desespero e saí correndo para tentar alcançá-lo, mas não consegui.

Perdi meu pai de vista e me senti a pessoa mais burra e idiota do mundo, além de culpada e desesperada. Perguntei para algumas pessoas que passavam se haviam visto um senhor como meu pai e nada. Pensei que não era o fim do mundo, já que o parque é fechado e de lá ele não teria saído sem ser visto. Mesmo assim, me preocupei com a possibilidade dele se perder no mato ou brigar com alguma pessoa agressiva. Afinal de contas, não tem como os desconhecidos saberem que meu pai é doente e fala coisas sem sentido, pois aparentemente ele parece "normal". 

Meu tio me alcançou e falou que iria atrás do meu pai, enquanto eu ficava no bar com a minha vó. Foram mais de 30 minutos de agonia e ansiedade. Quando ele voltou, foi até o estacionamento e encontrou meu pai sentado, ao lado do carro, no chão. Fui até lá e fiquei surpresa, pois meu pai nunca sentou no chão na vida! Por isso nem passou pela minha cabeça que ele estaria lá, quietinho e seguro. 

Imediatamente fomos embora e eu, que nunca tinha deixado meu pai se distanciar daquela forma, percebi que realmente não era exagero ficar grudada nele o tempo todo

A atenção realmente deve ser triplicada com idosos e me senti bem burra de ter passado por uma situação tão desagradável à toa.

Nova mania: falar "cocô"!

Meu pai está com a mania de falar "cocô" para completar a frase de alguém, independentemente do assunto. 

Por exemplo, quando minha mãe vai falar sobre um ingrediente de uma receita, ela começa dizendo "vai farinha, açúcar..", aí meu pai interrompe e diz sorrindo "cocô!". Rimos, dizendo que não vai cocô nenhum. E ele retruca com um "mas podia ser cocô". E ri.

A tarde perguntei se ele queria coca, guaraná ou... "cocô!", ele me interrompeu. E rimos!

Outro dia meu irmão esteve aqui e lembrou de uma cena de um filme nacional, chamado Saneamento Básico, que é muito engraçada! Também refere-se ao "cocô" de uma maneira bem humorada e lembro-me que ri até ficar com dor na barriga, hehehe! Tentei encontrar a cena no youtube, mas só encontrei o filme completo (http://www.youtube.com/watch?v=CKOsCD6BItc).