quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Cuidado para não perder o idoso de vista!

Está cada dia mais difícil sair de casa com meu pai. E, quando tento, sempre vivo uma nova emoção.

Quando fomos ao parque outro dia, passou um jovem correndo ao lado dele, sem encostar, mas mesmo assim, ele falou uns palavrões cabeludos. Pedi para trocarmos de lado e meu pai andou na "margem" da pista, para não ter o risco de alguém "tirar uma fina" (sic).

Em uma outra ocasião, meu tio (irmão da minha mãe) veio passar uns dias em casa e fomos ao parque - meu pai, minha avó, meu tio e eu. 

Minha avó anda bem devagarzinho e gosta de curtir a natureza, observar os pássaros, peixinhos, flores, tartarugas, etc. 

Meu pai ficou impaciente e quis andar na frente. E foi se distanciando. Como a pista é circular, não achei que seria perigoso, pois quase não tinha gente e dava para supervisionar de longe. De repente, ele fez uma curva e saiu da pista. Caminhou a passos rápidos em direção a um corredor que tem algumas saídas em comum: 3 para continuar percorrendo o parque por fora e 1 em direção ao estacionamento/saída. Me deu um certo desespero e saí correndo para tentar alcançá-lo, mas não consegui.

Perdi meu pai de vista e me senti a pessoa mais burra e idiota do mundo, além de culpada e desesperada. Perguntei para algumas pessoas que passavam se haviam visto um senhor como meu pai e nada. Pensei que não era o fim do mundo, já que o parque é fechado e de lá ele não teria saído sem ser visto. Mesmo assim, me preocupei com a possibilidade dele se perder no mato ou brigar com alguma pessoa agressiva. Afinal de contas, não tem como os desconhecidos saberem que meu pai é doente e fala coisas sem sentido, pois aparentemente ele parece "normal". 

Meu tio me alcançou e falou que iria atrás do meu pai, enquanto eu ficava no bar com a minha vó. Foram mais de 30 minutos de agonia e ansiedade. Quando ele voltou, foi até o estacionamento e encontrou meu pai sentado, ao lado do carro, no chão. Fui até lá e fiquei surpresa, pois meu pai nunca sentou no chão na vida! Por isso nem passou pela minha cabeça que ele estaria lá, quietinho e seguro. 

Imediatamente fomos embora e eu, que nunca tinha deixado meu pai se distanciar daquela forma, percebi que realmente não era exagero ficar grudada nele o tempo todo

A atenção realmente deve ser triplicada com idosos e me senti bem burra de ter passado por uma situação tão desagradável à toa.

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