quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A agressividade

É muito difícil ver o seu próprio pai com raiva de você, quando seu único objetivo é ajuda-lo.


Frequentemente tenho que ouvi-lo gritar comigo quando ele é contrariado, não entende alguma coisa ou até mesmo sem motivo nenhum. 



Já me xingou de muitas coisas, como boba sensível (por chorar quando ele grita), traidora (quando troquei sua cueca molhada outro dia), terrorista (quando passei pomada no machucado do joelho), entre outras coisas. Nada de muuuuuito pesado, mas dói. Toda vez.



O neurologista dele já falou que eu devo tentar ser a mais "neutra" possível, pois ele sente que consegue me atingir e isso deixa-o mais instigado ainda (claro que quem faz isso é a doença, não é culpa do meu pai). Para mim, isso é praticamente impossível. Talvez para um cuidador qualquer, que não seja parente, seja mais fácil manter a frieza de deixar o grito entrar por um ouvido e sair pelo outro. 



Quando ele se altera muito e fica nervoso, simplesmente saio de perto. Espero ele se acalmar sozinho. Pois já percebi que não adianta discutir, argumentar, tentar justificar nada. 



A melhor saída, no meu caso, é deixar ele sozinho durante uns minutos. Depois de um tempo, volto a falar com ele e, geralmente, está tudo bem. De vez em quando, parece que ele se lembra de alguma coisa e tenta me agradar. Uma vez, me serviu guaraná. Outra vez, disse que aquilo era apenas uma brincadeira. Um dia, disse para eu não ligar para ele, pois era um "idiota".




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