quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Cotidiano: Volta ao Blog, perigos no banho e apoio da família


Após um ano, voltei ao Blog. Faltou coragem. Ânimo. Durante esses 12 meses sem escrever aqui, muita coisa aconteceu. 


Descobrimos que a irmã mais velha do meu pai apresenta a mesma doença. E ambos tiveram uma evolução relativamente significativa. Tanto ela, quanto meu pai, têm incontinência urinária. Estão cada vez mais magros. É a falta de apetite. Não adianta fazer as comidas preferidas, fracionar as refeições, concentrar calorias. Tudo parece ser em vão. O sono aumentou consideravelmente. E a dificuldade em andar só aumenta. Parece que o corpo está ficando rígido. Os movimentos estão limitados. Papai precisa de ajuda para se trocar, para levantar, para tomar banho. 



Banho. O banheiro é um perigo. É preciso ter muito cuidado, pois a queda durante o banho é muito comum nesta idade. Tanto é que, semana passada, meu pai caiu. Graças a Deus, não quebrou nada. Mas tive que chamar a ambulância, pois não conseguia levantá-lo. E fiquei com medo de machuca-lo mais se movimentasse algum membro. Compramos uma cadeira para banho, igual a essa:


Mas ele se recusa a sentar para tomar banho! Ele ainda tem consciência de muita coisa, tanto é que fala "filha, você sabe, eu sei, todo mundo sabe: eu não tenho nada" e insiste que está bem e que deve tomar banho em pé. Mas fico na porta do banheiro, de plantão, só esperando ele terminar ou quase terminar, para entrar e ajudá-lo a se equilibrar, secar o corpo e colocar a roupa. 

No início, logo após sua queda, ele se incomodava mais em me deixar vesti-lo e seca-lo, mas ontem já melhorou um pouco e não sem importou muito em me deixar colocar a cueca, trocar quando ficava sujo, etc. É preciso pedir com jeitinho para ajudá-lo, ter paciência e compreensão, pois temos que entender que não deve ser nada fácil para meu pai deixar sua própria filha trocá-lo.

Deu um certo desespero de saber que, a partir de agora, meu pai está bem mais dependente de mim. Pensei que esse dia demoraria mais a chegar. Apesar dele ser magrinho, sinto um pouco de dificuldade em carrega-lo. Espero que consiga superar mais esta etapa da doença e espero conseguir proporcionar bons momentos para meu querido pai, que semana que vem completa 63 anos. 

Conto com o apoio da minha mãe, dos meus irmãos, namorado e amigos. Se não fosse por eles e pela terapia, acho que já teria desistido de tudo.

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