terça-feira, 5 de março de 2013

Zzzzzzz


Outro dia acompanhei meu pai, como de costume, até seu quarto na hora de dormir.

Antes disso, minha mãe pediu um cobertor e meu pai lembrou que no dia anterior ela "chutou tudo". Rimos um pouquinho.

Deixei separado um pijama (camiseta e bermuda) e sua fralda, mas meu pai perguntou por um conjunto azul - de manga comprida e calça. Como havia chovido e o tempo estava fresquinho, ele quis dormir mais quentinho.

Na hora da usual "despedida", ele falou com um sorriso imenso:

- Agora...! Não nos resta mais nada, senão: palavra cruzada! Gibizinho! E zzzzzzzzzzz!!!
- Zzzzzzzzzzzzzz - fiz também, e demos uma risada bem gostosa.

Dei um beijo de boa noite no meu pai, que me desejou bons sonhos e fui dormir, em paz.

Meu pai sonhou com uma caverna


Um dia meu pai sonhou com uma caverna e uma mulher, a Maria. Ele diz que não costuma sonhar durante a noite, mas desta vez sonhou e sonhou bastante. 

Maria trabalhou em casa durante muitos anos. Viu meu irmão e eu nascermos. Seu grande sonho era voltar para sua terra natal, Bahia. Também sentia um forte desejo em realizar uma cirurga de redução das mamas - que ela chamava carinhosamente de "malacas".

Meu pai passou o dia falando sobre o conteúdo de seu sonho e questionando um possível significado.

Procurei no Google por uma interpretação, mas acho difícil acertar esse tipo de coisa assim, aleatoriamente. 

Achei algo interessante apenas para caverna: "Se encontrou a saída, vencerá as dificuldades. Se não conseguiu, prepare-se para uma escalada de apuros que durará muito tempo"

No sábado, meu pai comentou que sonhou com a casa que moramos em Rio do Sul. E  sonhou com sua mãe, também. Quando ele ia começar a contar como foi, a dona Lucia, senhora que vem aos sábados dar um "tapa" na casa, nos interrompeu. Depois, o assunto foi esquecido.



domingo, 3 de março de 2013

Ana Maria e Roll Cake


Durante algumas fases, meu pai come de sobremesa um bolinho chamado Ana Maria. Na embalagem vem 2 unidades, mas ele só come 1 de cada vez (nunca foi guloso!).

Tem vários sabores, como baunilha com gotas de chocolate, morango, doce de leite, brigadeiro, etc. Mas meu pai prefere aqueles que contém algum chocolatinho. Recentemente lançaram embalagens individuais, com sabores mais variados.

Ele também gosta de uns bolinhos da Bauducco, chamados Roll Cake (de chocolate, claro).

No ano passado, comprávamos pacotes com 6 ou 15 unidades.

Teve uma vez na qual as embalagens estavam com defeito - com buraquinhos nas laterais - e só descobrimos depois de um episódio meio desagradável: meu pai foi abrir um pacotinho e começaram a subir formigas por todos os lados em suas mãos e braços, o que causou grande transtorno na hora. Naquela época, meu pai sentia medo de insetos. Joguei tudo no lixo, revoltada!

Dei uns tapinhas nos braços e mãos do meu pai, para espantar as formiguinhas e mandei um e-mail muito brava para a Bauducco, contando o transtorno causado por uma embalagem defeituosa e mal-acabada. Em pouco tempo, me responderam educadamente e me enviaram outro pacote de Roll Cake pelo correio.

Sou exigente como consumidora e quando não fico satisfeita, nunca mais compro o produto ou entro numa loja onde sou mal atendida. No caso da Bauducco, fui bem atendida e não fiquei traumatizada. Fiquei até encantada com o bom atendimento.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Garrafas de refrigerante

Estava fazendo uma lista de compras e perguntei se meu pai queria alguma coisa do mercado. Ele pensou um pouco e pediu Coca-cola. Eu disse que já estava na lista e ele falou:

- Compra Pepsi, Guaraná, Coca, tudo de 2 litros. Garrafão é melhor do que garrafinha! - e rimos - É melhor um garrafão do que 10 garrafinhas: é menos lixo! A garrafa é maior, mas só tem uma tampinha! Garrafão é lixão, mas é menor!


Bom-humor contagiante

No jantar de hoje meu pai estava muito bem-humorado, sorrindo e rindo bastante. Brincou e tirou sarro de várias coisas. Como minha mãe chegou tarde, não pude ir para a faculdade. 

Minha mãe estava vendo novela e falei alguma coisa que ela não ouviu, então comentei que ela já devia estar cochilando. Meu pai logo disse: "melhor dormir do que ver novela. Aproveita melhor o tempo". E riu.

Ela ouviu e contou que meu tio Jorge caiu e se machucou. Meu pai, bem engraçadinho, falou: "só lembrou do tio porque tá vendo São Jorge! Mas na novela é outro Jorge! É o São Jorge". Rolamos de rir!

Minha mãe contou que um zelador da loja dela estava assediando algumas funcionárias e meu pai disse: "tarado é tarado! Hihihi". 

Não me lembro o motivo, mas comecei a dizer que meu namorado afirmava (brincando!) que "macho que é macho, é macho até embaixo de outro macho". Meu pai riu:

- É macho! Macho!? Mas nem disfarça!
- Ele vem amanhã depois da aula, pai, pode falar para ele!
- Falar o que? Para ele não deitar embaixo de outro macho?

Mais gargalhadas surgiram instantaneamente.

Aí ele me imitou, suspirando "ai, ai" e rindo muito, pois descobriu essa minha mania de rir e falar "aiai" no final da risada. Nem eu tinha notado que falo isso depois de rir hahahaha!

Quando terminou de comer, meu pai viu que estava passando um filminho na televisão e eu perguntei:

- Quer sentar lá no sofá, pai?
- Quero! Mas antes, preciso lavar as mãos - e olhou para o lavabo - Pode lavar aqui mesmo?
- Pode, claro, pai!
- Tem tudo?
- Tem! Tem sabonete, água e toalha! Tudo!
- E tem a mão, né? Precisa da mão para poder lavar a mão! Hihihihihihi
- Hahahahahahhahahahaahhahaha!

Foi mal pela desordem nos posts


Me empolguei aqui no blog ao descobrir os "marcadores" e acabei não reparando que ao atualizar alguns posts, as datas também mudaram, deixando tudo fora de ordem.

O problema é que não lembro como estava... 

Administração de medicamentos


Desde que meu pai começou a tomar os medicamentos, minha mãe e eu éramos responsáveis por administrar os horários e as quantidades. Se deixássemos para meu pai fazer isso sozinho, provavelmente - com 99% de probabilidade - ele não faria. Quando meus irmãos estavam em casa, pedia ajuda aos 2, para dar uma variada e aliviada.

Esporadicamente, meu pai ficava bravo e achava que tomar remédio era algo desnecessário. Perguntava "pra que isso?" e nós respondíamos "para a memória...". Também reclamava do amargor de um líquido - em outras ocasiões, falava que nem tinha gosto, que era "bico" tomar. 

Algumas vezes, meu pai jogou escondido o remédio líquido em uma planta que fica ao lado da mesa. Uma vez meu irmão viu e me contou e outra vez, peguei ele no flagra!

Às vezes ele tinha certeza - erroneamente - que já havia tomado os remédios e reclamava: "é... Não deve ter problema em tomar duas vezes, né. Eu já tomei. Não tem problema né".

Durante uma fase, enrolava para engolir os comprimidos ou aspirar o pó e dizia: "vou tomar, hein! Olha! Tá olhando? Então! Vou tomar!"; aí, dava risada e não tomava. 

Parecia que ele sabia que não sairíamos do seu lado enquanto ele não terminasse de ingerir os remédios, então "abusava" da nossa boa vontade e tirava um sarro da nossa cara. Mas eu sei que não era por maldade.

Ficávamos um tempão ao seu lado, pedindo, quase implorando: "pai... paizinho... vamos tomar o remédio... rapidinho...?" e ele recomeçava com a brincadeira

De vez em quando, funcionava falar que depois de tomar o remédio a gente assistiria um filminho ou que eu precisava ir urgentemente ao banheiro, então era preciso ser rápido. Em outras vezes, ele não se importava com as necessidades fisiológicas alheias.