quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Voltando ao neurologista

Há uma semana atrás voltamos ao primeiro neurologista do meu pai. É que eu me trato com ele (conforme já disse aqui no blog) e aproveitei que estava lá na semana retrasada para marcar uma consulta para o meu pai.

Foi muito boa a conversa que o médico teve com a gente. Ele foi bem claro, mas, ao mesmo tempo, sensível, para explicar que meu pai não tem mais condições de dirigir e sair de casa sozinho.

Como esperado, meu pai ficou um pouco "revoltado", mas não chegou a ser mal educado. Só abaixava a cabeça, meio contrariado, e concordava com o que o médico dizia.

Por incrível que pareça, meu pai disse que lembrava do início do ano, quando ele precisava da nossa ajuda até para tomar banho.

Meu pai reclamou que não tem o que fazer, mas é tão difícil sair de casa com ele! 

Ontem fomos os supermercado e ele empurrou o carrinho com força em direção a um carro que estava dando ré! Se eu não tivesse sido rápida, teria causado um estrago e os danos poderiam ser bem piores. Ainda bem que o motorista nem desceu e falou nada, pois o carrinho só encostou.

Aí o médico sugeriu terapia ocupacional. Minha mãe está pesquisando e vamos ver se dá certo. 

Não me lembro quando, acho que em 2010, meu pai e eu fomos até uma loja de materiais de arte e compramos um monte de tinta, telas, pincéis, cavalete e tudo mais. Mas meu pai nem chegou a usar nada disso. Ele fala que não tem um atelier, um espaço adequado. Só que se ele quisesse pintar, teria espaço no quarto dele ou na sala...

Apesar de ter momentos de agressividade, ainda assim não compensa dar remédios que possam deixa-lo "bobo" novamente, babando, sem apetite e sem forças.

No fim, não foi receitado nenhum medicamento, já que meu pai está bem assim. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Nosso novo amigo Bobby!

Meu mais novo amigo e membro da família é, quem diria, um peixinho Betta. Nunca pensei que teria um peixe e muito menos que me afeiçoaria! Estamos com ele há quase um mês.

Meu pai ficou receoso no início e perguntou se minha mãe tinha me "autorizado" a ter um peixe. Também fez questão de dizer que eu seria a responsável pelo bichinho e, quando eu for embora para morar com meu namorado, terei que leva-lo comigo. Concordei com tudo e ele "liberou" meu novo amiguinho! 

Incrível como meu peixinho, batizado de Bobby Ringo Starr, é espertinho! Ele me reconhece e fica contente com a minha presença!

Às vezes meu pai chega perto do aquário e pergunta pro Bobby se ele quer conversar! Ele fala assim "aaahhh, você quer conversar? Gosta de conversar, né? Quer bater um papo?" e sempre elogia, dizendo que esse é um peixinho esperto, que segue a voz e o rosto do meu pai, mesmo quando ele dá a volta no aquário.

Ontem meu pai falou num tom meio sério:

- Ôoooo, Mônica!
- Oi, paizinho! - respondi, já com medo da voz grossa do papi.
- Você não vai mais poder levar  seu peixe embora! - fiquei surpresa e perguntei:
- Uai! Por quê?
- Porque agora ele é meu novo amigo! 

Respondi que deixaria o Bobby aqui em casa e ele deu um sorriso bem gostoso.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Meu pai fugiu de casa.

No último sábado cheguei no meu limite.

Estava deitada a tarde, com enxaqueca, quando escutei meu pai abrindo a porta da sala. Até aí, normal, pois ele sempre abre para dar uma "sapeada lá fora"(sic). Só que ele trancou e ficou do lado de fora de casa. Fiquei um pouco preocupada, mas como ele não tem a chave do portão, pensei que em pouco tempo ele entraria em casa. E foi o que aconteceu. Continuei descansando.

Depois de um tempo, estranhei que a televisão continuava desligada e não ouvia barulho de computador e nem nada.

Fomos procurar meu pai e não encontramos. Na hora bateu um desespero, mas pensei: "calma, Mônica, ele saiu há poucos minutos e não deve estar longe. Sua burra, como não percebeu que ele saiu???????". Não sei onde ele encontrou uma chave do portão. 

Liguei para o celular e meu pai atendeu (ufa!). Perguntei onde ele estava e recebi uma resposta meio grossa, impaciente, dizendo que estava indo ao parque e não sabia o nome da rua. 

Enquanto isso, meu namorado e eu saímos. Depois de poucos minutos, liguei novamente, perguntando se meu pai não sabia o nome da rua ou alguma loja por perto e ele disse "Rua Chile". Para confirmar, perguntei de novo "Rua Chile? e ele ficou bem nervoso. Falei que iria busca-lo. Ele disse que não precisava e eu iria me perder.

Fizemos o caminho habitual para ir ao parque. Como meu pai deu uma referência, foi mais fácil para encontra-lo. Meu namorado avistou meu pai e parou o carro. Antes de descer do carro e falar com ele, o Régis (namo) falou para esperarmos um pouco e observarmos seu comportamento. Pensamos em deixa-lo caminhar bastante, até cansar, e segui-lo devagarinho. Mas desistimos, pois poderia ser perigoso. Pelo menos ficamos tranquilos ao ver que meu pai ainda sabe atravessar a rua direitinho.

Tivemos uma idéia: fingir que meu namorado estava correndo, "encontrar" meu pai ocasionalmente e ir embora para casa. Ultrapassamos meu pai e estacionamos mais à frente. Meu namorado desceu do carro e saiu correndo. Saí de fininho e fui estacionar por perto, sem ser vista.

Depois de uns 10 minutos de espera, liguei para o Régis (o que seria da gente se não tivéssemos celulares, né?) e ele falou num tom surpreso "Mônica, eu tava correndo e eu encontrei seu pai caminhando! A gente andou um pouco, mas já estamos meio cansados! Você pode nos buscar?". Eles sentaram em um ponto de ônibus e em menos de 5 minutos eu cheguei e peguei os 2. 

O Régis me contou que meu pai falou pra ele (num tom meio sarcástico) que eu tinha acabado de ligar e queria busca-lo, mas ele achou melhor não, pois eu iria me perder. Também me disse que ao passarem por uma família com um cachorro, meu pai falou que não estava num dia bom e queria "dar uma bica" no cachorrinho.

Meu pai não tinha a menor noção de onde estava, nem de como ir ao parque. Meu namorado falou que ele só sabia (erroneamente) que deveria pegar a Av. Independência. 

De madrugada, quando ele já estava dormindo, tirei a chave dele do quarto e escondi no meu. 

No dia seguinte, ele perguntou "quem foi o energúmeno que pegou a minha chave?" e me pediu ajuda para procura-la. Respondi que não sabia e que ajudaria ele na busca. E ele sossegou. 

Na verdade, minha mãe chegou de viagem no domingo a noite (finalmente!!!) e, coincidentemente, ele ficou mais tranquilo.





domingo, 8 de setembro de 2013

Meu pai quase me bateu!

Na última sexta-feira enfrentei meu pai. Geralmente, como já disse aqui antes, saio de perto quando ele começa a se alterar e ficar nervoso. Mas desta vez, fiquei firme e forte e não dei o braço a torcer. 

De manhã saímos de casa para ir ao shopping, banco e supermercado. No mercado meu pai já estava bem cansado, se apoiando nas prateleiras. Fiquei preocupada, mas ele, muito orgulhoso, falou que estava bem. Pensei que passaria a tarde mais sossegado. Me enganei...

Após o almoço, meu pai quis ir ao parque e eu estava limpando a casa, toda suja e suada.

Falei para ele para irmos no final da tarde, pois o clima é mais ameno. Ele já ficou alteradíssimo, nervoso, e começou a gritar que eu achava que era dona do carro, que ele iria a pé, sozinho. 

Na hora não soube improvisar muito bem e falei novamente para ir depois, pois se ele fosse sozinho não saberia como chegar lá. É que uma vez, quando eu estava viajando, uma tia e minha irmã estavam em Ribeirão e tentaram levar meu pai ao parque, mas ninguém soube o caminho. Relembrei meu pai deste episódio e ele ficou com aquela cara transtornada, de olhos arregalados, se aproximou de mim, e bateu a mão com muita força na mesa. Gritou bem alto que não queria brigar, mas se eu quisesse brigar, ele brigaria. E começou a tossir e se curvar. 

Fiquei parada, em pé, olhando para ele, sentindo uma mistura de raiva com pena. 

Como não saí de perto, como de costume, acho que ele ficou meio sem graça, não sei, e foi para o quarto dele. Ouvi ele me xingando de todos os palavrões possíveis e imagináveis.

Nisso, minha irmã me mandou mensagem, falando de assuntos pessoais e contei mais ou menos o que aconteceu. Ela me ligou preocupada e questionou a necessidade de voltar com os medicamentos para controlar o nervosismo. 

Esse é um assunto que precisa ser muito bem analisado e decidido, pois remédios tem tantos prós quanto contras bem fortes.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Meu pai quer voltar a dirigir!

Nos últimos dias, como já disse em outro post, meu pai anda extremamente mal-humorado. E está querendo dirigir novamente.

Ele me pergunta qual é o telefone de auto-escolas e eu falo que não sei, fechou a única que eu conhecia, desconverso. Também pergunta se eu sei se é possível tirar a segunda via da carteira de motorista aqui em Ribeirão Preto. Novamente, eu digo que não sei, não faço idéia. E saio de perto, pra ver se ele esquece do assunto. 

Já tive vários pesadelos com meu pai dirigindo e eu de passageira! Sempre sinto o medo que sentia nos últimos anos quando ele era o motorista. Tipo um frio na espinha!

Fico imaginando se ele voltasse a dirigir. Seria um perigo! Só de andar em lugares movimentados ele "tira fina" de algumas pessoas - não se importando se são idosos ou crianças! Um carro na mão dele seria como uma arma. Às vezes quando estou dirigindo e tem algum motoqueiro ou ciclista fazendo barbeiragem, ele me fala para passar por cima, pois se fosse ele, passaria!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Novo cuidador para o meu pai e minha avó


Finalmente encontramos uma pessoa de confiança para tomar conta do meu pai e da minha avó: meu tio, irmão da minha mãe.

Minha mãe fez o "convite" há alguns dias, pois meu tio está desempregado há um bom tempo e está difícil encontrar um trabalho ou abrir um negócio. Ele já está arrumando as coisas dele em Curitiba e, em breve, vem morar em casa.

Nunca tinha pensado nessa possibilidade. Minha mãe disse que ele ficou contente em poder cuidar de sua mãe.  

Meu pai ainda não sabe da notícia e estou com um pouco de medo de contar, pois não faço idéia de como ele vai reagir. Afinal de contas, para ele, não há necessidade nenhuma de cuidador, pois acha que está saudável.

E eu, que estava bem desanimada e sem esperanças de encontrar alguém de confiança, estou mais tranquila. Agora, acho, posso sair de casa.  

Estou para terminar meu curso noturno. Quando acabar, pretendo mudar para Indaiatuba e começar a minha história. 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Não sei bem se é por causa da mudança de rotina, pois minha mãe está viajando e minha vó está fora tbm, ou se é a lua cheia que está chegando, mas meu pai está tão mal humorado esses dias! 

Está difícil ficar perto dele. 

Tudo vira motivo para grosseria. Impressionante! Tento ficar no meu quarto, mas de olho. Só q nas refeições ele aproveita pra brigar. 

Dá até vontade de dizer a verdade, que ele é doente e vai voltar a tomar remédio se ficar se comportando assim. Mas a consciência não me permite sacanea-lo assim. O clima daqui é meio cruel: quente e MUITO SECO. E meu pai fica pedindo para ir ao parque às 14h, um dos piores horários, pois o sol está insuportável e o ar seco cansa a respiração. Fora minha boca, q fica nojenta de tanto ressecar e descascar. Ainda nao encontrei nenhum pruduto q nâo me de alergia e consiga hidratar meus labios.. Tem gente q fala q eh só tomar água. Até parece,bebo 3 litros e nada. Tentei explicar isso pro meu pai e ele fcou puto, falou q eu nunca estou satisfeita com nada.

Ai, que nervoso!!!!! Putz. Acho q o mal humor do meu pai me contagiou.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Soletrando palavrões

Meu pai tem falado palavrão durante as refeições e eu logo digo "pai, não pode falar C-U"(soletro o palavrão). Ou "M-E-R-D-A", etc. E ele ri, quando às vezes está começando a ficar nervoso. Achei um bom jeito de distrai-lo e faze-lo rir! 

Em uma das vezes, soletrei uns 3: "pai, não pode falar C-A-C-E-T-E, P-O-R-R-A e nem M-E-R-D-A"). Minha mãe quis entrar na brincadeira e falou "não pode falar C-C-O também" (referindo-se a "cocô"). Meu pai começou a gargalhar e a tirar sarro, enquanto eu ria e dizia que ela ficou com a palavra mais fácil e errou!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Batatinhas, o desenho


A tarde meu pai assiste um pouco de televisão. De vez em quando assiste desenhos.

Hoje ele viu o começo de um chamado Batatinhas (http://www.youtube.com/watch?v=loaNrAk8NIo) e comecei a cantar junto a musiquinha da introdução, que já tinha ouvido e achado bonitinha.

Durante o dia fiquei cantando várias vezes e meu pai ria e falava "parece boba!" e repetia "batatinha, batatinha, o que!" e dava risada.

Após o jantar, lembrei da musiquinha e cantei. Ele ria com gosto e também cantava! Depois disse "vou contar para o Regis que você fica cantando batatinha!" (meu namorado) e eu respondi que tudo bem, ele iria amar. 

Peguei o ipad e procurei a musiquinha no youtube enquanto ele comia uma fruta de sobremesa. Meu pai ficou super contente e cantou junto! E eu, então, cantei com mais gosto! Ele riu bastante e pediu para eu mandar por e-mail para ele, pois queria ver de novo depois e rir mais um pouco. Depois que enviei, ele me pediu para mandar para meus irmãos, mãe e prima Marcia, e falou que seria legal se todos nós cantássemos juntos. 

P.S. acabei de postar isso e meu pai está vendo o vídeo neste exato momento e dando risada. =) Já ouviu 2 vezes!

Meus primeiros Cookies e o trocadilho do meu pai

Ontem fiz cookies pela primeira vez. 

Após o jantar, ofereci para minha avó, que falou que era muito grande e perguntei se ela gostaria de meio cookie.

Assim que falei, meu pai já começou a rir e disse:

- Meio cu? Meio cu não existe! Hahahaha - começamos a gargalhar e ele continuou - Bom, meio cu eu nunca vi! Mas pelo menos deve ser meio fedido! - e rimos até não aguentar mais!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Decepcionada com a possível cuidadora.

Não queria escrever um post pessimista, mas não tem como. Já faz algumas semanas que me decepcionei muito com a possível nova cuidadora do meu  pai. Aliás, acho que faz mais de 1 mês que ela não vem mais em casa.

Tudo começou em um sábado normal. Meu pai estava tomando café da manhã e chamou a Dona Lucia. Sem ser grosso, nem nada fora do comum, ele pediu para ela tirar umas latas de tinta que estavam na garagem há mais de um ano. 

Essas latas de tinta e outros materiais foram deixados pelo marido dela, Clovis, que pintou os muros e paredes de casa no ano passado. 

Até pouco tempo atrás, isso não incomodava meu pai. Mas nos últimos dias, ele começou a se irritar com aquela bagunça.

Voltando à conversa. A Dona Lúcia respondeu que iria pedir para o marido dela tirar. E meu pai perguntou se demoraria muito. Eu falei para ele ficar tranquilo que em breve as latas seriam removidas. E mudei de assunto.

Na hora de ir embora, a Dona Lucia se despediu normalmente, sem apresentar nenhuma alteração.

No dia seguinte, o marido dela, que sempre tocou a campainha para entrar em casa (eles tem as nossas chaves), entrou na garagem sem falar nada e começou a retirar as coisas. Ouvimos barulhos e minha mãe foi ver quem estava lá. Conversou um pouco com ele, que contou que a dona Lucia não conseguiu dormir na noite anterior e estava muito nervosa. Minha mãe estranhou, mas deixou pra lá, pois sabe que a Lucia realmente é ansiosa e fica assim por coisas bobas.

Na segunda de manhã bem cedo, o Clovis apareceu novamente em casa, sem falar nada, com o carro do filho da patroa da Lucia, para buscar o resto do material. A patroa que, segundo ela, é mão de vaca e materialista, deixaria o marido da funcionária usar o carro do filhinho??? Marido que, quando estava bêbado, bateu o próprio carro, deu PT, e agora não tem outro carro?

Fiquei imaginando se, na verdade, a patroa dela não era tão má como a Dona Lucia falava. Ou se ela fez tanto drama que a patroa malvada ficou com pena. Sei lá. Nada disso me interessa mais.

Minha mãe conversou com o Clovis de novo e ele falou que meu pai foi super grosso com a Dona Lucia. Mesmo sabendo que ele é doente e que esse tipo de coisa poderia acontecer a qualquer momento, ela ficou bem nervosa e o Clovis falou que ela não era obrigada a entender a doença do meu pai. Pronto. Neste momento, vimos que ela não é a pessoa adequada para tomar conta do meu pai. Primeiro porque meu pai não foi grosso e nem nada. Segundo, porque, mesmo se tivesse sido, seria algo que ela teria que aprender a lidar.

Estaca zero novamente. Minha vida profissional precisa esperar mais um pouco. Deveria ser possível colocar no currículo que cuidei com carinho do meu pai, né? Pena que não dá e ninguém entenderia... 

Desejo de trabalhar novamente

Ultimamente meu pai tem passado bastante tempo no computador.

Ele tem falado (quase todos os dias) que precisa trabalhar. E que se arrepende de ter se aposentado. 

Uma vez ele me perguntou como foram os últimos anos desde seu último emprego e por qual motivo se aposentou. Fiquei meio receosa de falar a verdade, mas disse, meio sem graça, que ele ficou meio doente. Na hora ele já levantou as sobrancelhas e soltou um "ah é, né?". E não tocou mais neste assunto "doença".

Em outra ocasião, ele me disse sorrindo:

- Mônica! Recebi uma proposta para trabalhar na China. 

Estranhei um pouco e perguntei:

- Ah é? Quem chamou?

- Isso é que é gozado. Não sei como descobriram meu e-mail. Ó, tão falando aqui para eu revender uns produtos chineses. Será que é uma boa?

- Xiii, pai, melhor tomar cuidado. 

Logo após meu último comentário, ele mudou sua fisionomia e ficou nervoso:

- Cuidado com o que? CUIDADO COM O QUÊ??????

- Cuidado com picaretagem... deve ser trote... - respondi, já meio chateada. 

- EU SEI, MINHA FILHA!!! EU NÃO SOU IDIOTA!!! EU NÃO NASCI ONTEM!!!!!!!!!!

- Tá bom...

Respondi meio baixinho, fui para o meu quarto e fiquei por lá.

Imitando a TV


Meu pai e eu gostamos de imitar a fala e a voz de um desenho que passa no final do seriado House. Antes de passar, sempre imito e rimos bastante (https://www.youtube.com/watch?v=rT5TAy7hJ_8). E meu pai diz "acertou, hein!".




quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Dermatologista - Pele ressecada

A pele do meu pai ficou super ressecada neste inverno, principalmente nas pernas e pés. Ficou parecendo uma ferida, até. Ainda bem que não estava coçando e nem doendo. Apenas a aparência estava deixando meu pai incomodado. 

No ano passado ocorreu o mesmo problema, mas em partes diferentes do corpo: barriga e costas. 

Voltamos à dermatologista, que logo notou a melhora cognitiva do meu pai e me elogiou! Fiquei super contente! 

Ela recomendou banhos rápidos e não muito quentes. E creme, muito creme, sempre depois do banho.

TriXéra+ Selectiose CremeTenho passado um creme que a médica receitou para pele sensível da marca Avene. Como não tem cheiro, é melhor, pois meu pai ficou incomodado com o creme que passei no ano passado. 

De manhã, assim que escuto a porta do banheiro abrindo após o banho, vou até o quarto do meu pai para passar o creme. De vez em quando ele ainda está de cueca e fica fácil. Mas às vezes ele já colocou a calça e reclama um pouco. E até fica meio bravo. Teve uma vez que falei para ele mesmo passar o creme, então, que eu não iria mais ficar "enchendo o saco". Imediatamente ele respondeu que tudo bem, eu podia continuar passando, pois ele não queria ficar com as mãos "melecadas". Hehehehe. Espertinho, não?

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Cuidado para não perder o idoso de vista!

Está cada dia mais difícil sair de casa com meu pai. E, quando tento, sempre vivo uma nova emoção.

Quando fomos ao parque outro dia, passou um jovem correndo ao lado dele, sem encostar, mas mesmo assim, ele falou uns palavrões cabeludos. Pedi para trocarmos de lado e meu pai andou na "margem" da pista, para não ter o risco de alguém "tirar uma fina" (sic).

Em uma outra ocasião, meu tio (irmão da minha mãe) veio passar uns dias em casa e fomos ao parque - meu pai, minha avó, meu tio e eu. 

Minha avó anda bem devagarzinho e gosta de curtir a natureza, observar os pássaros, peixinhos, flores, tartarugas, etc. 

Meu pai ficou impaciente e quis andar na frente. E foi se distanciando. Como a pista é circular, não achei que seria perigoso, pois quase não tinha gente e dava para supervisionar de longe. De repente, ele fez uma curva e saiu da pista. Caminhou a passos rápidos em direção a um corredor que tem algumas saídas em comum: 3 para continuar percorrendo o parque por fora e 1 em direção ao estacionamento/saída. Me deu um certo desespero e saí correndo para tentar alcançá-lo, mas não consegui.

Perdi meu pai de vista e me senti a pessoa mais burra e idiota do mundo, além de culpada e desesperada. Perguntei para algumas pessoas que passavam se haviam visto um senhor como meu pai e nada. Pensei que não era o fim do mundo, já que o parque é fechado e de lá ele não teria saído sem ser visto. Mesmo assim, me preocupei com a possibilidade dele se perder no mato ou brigar com alguma pessoa agressiva. Afinal de contas, não tem como os desconhecidos saberem que meu pai é doente e fala coisas sem sentido, pois aparentemente ele parece "normal". 

Meu tio me alcançou e falou que iria atrás do meu pai, enquanto eu ficava no bar com a minha vó. Foram mais de 30 minutos de agonia e ansiedade. Quando ele voltou, foi até o estacionamento e encontrou meu pai sentado, ao lado do carro, no chão. Fui até lá e fiquei surpresa, pois meu pai nunca sentou no chão na vida! Por isso nem passou pela minha cabeça que ele estaria lá, quietinho e seguro. 

Imediatamente fomos embora e eu, que nunca tinha deixado meu pai se distanciar daquela forma, percebi que realmente não era exagero ficar grudada nele o tempo todo

A atenção realmente deve ser triplicada com idosos e me senti bem burra de ter passado por uma situação tão desagradável à toa.

Nova mania: falar "cocô"!

Meu pai está com a mania de falar "cocô" para completar a frase de alguém, independentemente do assunto. 

Por exemplo, quando minha mãe vai falar sobre um ingrediente de uma receita, ela começa dizendo "vai farinha, açúcar..", aí meu pai interrompe e diz sorrindo "cocô!". Rimos, dizendo que não vai cocô nenhum. E ele retruca com um "mas podia ser cocô". E ri.

A tarde perguntei se ele queria coca, guaraná ou... "cocô!", ele me interrompeu. E rimos!

Outro dia meu irmão esteve aqui e lembrou de uma cena de um filme nacional, chamado Saneamento Básico, que é muito engraçada! Também refere-se ao "cocô" de uma maneira bem humorada e lembro-me que ri até ficar com dor na barriga, hehehe! Tentei encontrar a cena no youtube, mas só encontrei o filme completo (http://www.youtube.com/watch?v=CKOsCD6BItc).

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Indicação de filme: E se vivêssemos todos juntos?

Recentemente assisti um filme lindo, chamado Et si on Vivait tous Ensemble? (E se vivêssemos todos juntos?).

Algumas passagens são bem parecidas com a realidade de casa. 

Tem um personagem que começa a ter a memória um pouco prejudicada e os amigos ficam um pouco assustados dependendo da situação, sem saber o que fazer/dizer, assim como ocorreu com meu pai.

Ele também assistiu, meio receoso no início, pois não queria ver um filme "cheio de velhos"(sic). Mas acabou se divertindo e admirando a beleza da conservada Jane Fonda. Segundo ele, essa atriz foi corajosa ao aparecer nua no cinema, há muitos anos atrás, quando nenhuma mulher fazia isso na época. 

Cortando as unhas do Zé do Caixão.

Essa semana meu pai me pediu para cortar suas unhas, barba e bigode. 

Quando começa a ficar muito comprida, brinco com ele que está virando o Zé do Caixão. Mas ele só me deixa cortar quando bem entende. E não pode ser a noite, só pela manhã.

Ele deixou cortar as unhas das mãos e dos pés em um dia e a barba e o bigode hoje. 

Chá da tarde com a Dali

Ontem uma grande amiga minha veio em casa a tarde para bater um papo e comer um bolinho de laranja.

Foi bem divertido e meu pai estava de bom humor, brincando e rindo sem parar. Deu para notar o quanto ele ficou contente com a visita.

Minha amiga é alto astral, comunica-se com facilidade e é super atenciosa, segundo meu pai e eu.

Assim que a Dali foi embora, meu pai comentou que achou ela parecida comigo e nunca teve a oportunidade de notar antes, pois nunca tinha conversado com ela. 


Propaganda grudenta do pão de açúcar



















Ultimamente tem passado uma propaganda que, assim que começava, meu pai soltava uns palavrões bem cabeludos. 

Assim como ele, comecei a me irritar um pouco também, pois a música é meio grudenta. Mas tiro sarro e começo a xingar (com palavras mais amenas), dando risada. E ele também ri e acaba se divertindo, ao invés de ficar nervoso. 

Vou deixar o link aqui, para quem quiser se irritar ou rir hehehe http://www.youtube.com/watch?v=Hisc3wgxjQA .

quarta-feira, 26 de junho de 2013

"Perdendo os dentes"


Nos últimos meses caíram alguns dentes do meu pai.

Não sabemos por qual motivo isso tem acontecido, pois segundo o médico, não há relação com a doença e nem com os remédios que meu pai tomava. Por sorte, o dentista sempre dá um jeitinho e conserta os dentes. 

Sempre que pergunto como foi (pois dificilmente consego acompanha-lo, devido às minhas aulas noturnas), ele dá risada e diz que precisou tirar a roupa. E que a primeira coisa que o dentista pede, é para tirar tudo. E dá risada. 

É claro que o dentista não pede esse tipo de coisa. Mas não sei por que meu pai começou a fazer essa brincadeira! E ainda diz que tira a roupa sem entender bem o motivo, mas mesmo assim, é a parte mais divertida do "passeio".

P.S. O título do post é em homenagem à música "Perdendo os dentes" do Pato Fu, banda que adoro. (Para ouvir a música, acesse: http://www.youtube.com/watch?v=UxZnFM-8SuU).

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Amante?


Semana passada meu pai começou uma conversa meio esquisita:

- Mônica! Preciso arrumar uma amante!

- ... é... amante... AMANTE? Mas, pai! Você é casado! E muito bem casado! Minha mãe vai ficar com ciúmes! Triste! Não pode!

- Ah! Mas sua mãe dorme com a sua avó, com a sua tia e até com você, menos comigo!

- Mas pai... mesmo assim... não pode!

- E ela nem cumpre com os deveres matrimoniais!

Depois do último comentário, não contive meu riso e saí de perto, para ver se ele se esquecia do assunto e da idéia de arrumar uma amante! Ele não tocou mais no assunto. 

Ufa!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Meu pai atendendo o telefone.

Agora pouco o telefone tocou e meu pai, que está atendendo ao telefone ultimamente, atendeu:

- Alôu! 
- ...
- Ela não está. E só com ela?
- ...
- Não, eu não sou nada. Estou aqui só de passagem!
- ...
- Não sou ninguém. Incógnito. 
- ...
- Não, nenhum registro.
- ...
- Posso deixar recado, sim. 
- ...
- Ué, ela não conhece a senhora? Hunf, achei que era uma conhecida.
- ...
- Fala. Falar com... estou anotando. Alana. B, ahn, ahn, 40... s? Tá.
- ...
- Ela entra em contato com você, então.
- ...
- De nada.
- ...
- Tchau!

Desligou e me falou:

- Mônica, que moça mais insistente! Eu falei que não era ninguém! Acho que o chefe dela é quem manda pegar o nome, né? Coitada, vai tomar uma bronca! Hahahahahha!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Vida de cuidador: ser ou não ser, eis a questão


Até quando pretendo cuidar do meu pai?

Essa é a pergunta que me ocorre quase que diariamente.

Meu namorado e eu planejamos morar juntos - e ficar noivos, né Régis, vou ganhar meu anel, êeebaaa - quando eu terminar o meu curso de finanças. Também desejo trabalhar nessa área (não mais com nutrição). Até já pensei em continuar cuidando de idosos, pois acho que já tenho alguma experiência e é difícil encontrar pessoas confiáveis para esse trabalho - que exige tanta dedicação e carinho. Mas isso é outra história. O que você acha, caro leitor?

Bom! Enquanto isso, vou sonhando. E me preocupando. Quem vai cuidar do meu pai? Se nem os mais "chegados" tem tanta paciência como eu, quem terá? 


Planejar é uma coisa, colocar em prática é outra totalmente diferente. Que agonia...!

Tem uma senhora que ajuda na limpeza de casa aos sábados. Durante a semana ela trabalha num distrito de Ribeirão Preto, Bonfim Paulista, e chama-se dona Lucia. 

Apesar de já ter 60 anos, cuida de uma casa enorme e, pelo que me disse, nunca recebeu nenhum aumento, férias ou bônus. Pura sacanagem da patroa, que é "cheia da grana". 

Acho que ela é a única pessoa que confio para deixar meu pai. Sabe aquela mulher boa, de coração enorme e sensível, que preza pela honestidade e respeito? É a dona Lucia. 

Teve uma época em que eu brincava que ainda iria "rouba-la" da patroa mesquinha e ela ria  alto - imagino que na esperança de eu convida-la mesmo para trabalhar em casa. 

Quando vou para São Paulo, costumo sair sábado de manhã e, durante este período, a dona Lucia fica com meu pai - minha mãe trabalha até às 13 horas. Ele fica bem comportado com ela. O único medo que a dona Lucia sente, é que meu pai saia de casa. Mas ela não precisa se preocupar, pois ele não tem a chave do portão.

Em janeiro, pensava que talvez nem precisasse me preocupar com quem meu pai ficaria, pois achei que ele ia morrer. Morrer. Morte. Palavrinhas pesadas, não? Eu tinha tanto medo de perder meu pai a qualquer instante! Ele estava tão fraquinho e dependente. Agora,  está se alimentando bem, tomando banho e ativo - acho que ele está bem e não vai morrer de uma hora para a outra.

Tô meio depressiva esses dias. Sem muito ânimo, me sentindo meio inútil. O pior é que eu sei que deveria estar animada e feliz, porque meu pai não depende mais (tanto) de mim. Mas acho que isso me faz ter tempo para parar e pensar em mim, na minha vida e no que eu estou "perdendo", enquanto todos ao meu redor só estão "ganhando". 

Hoje comprei presente (pela internet, eita facilidade moderna) de casamento para um amigo que admiro bastante. Estou super feliz por ele e pela noiva, que se formaram na USP mais ou menos na mesma época que eu. Recentemente, minha melhor amiga também ficou noiva e foi morar com o parceiro. Fico pensando o quanto eles serão felizes para sempre. Mas é inevitável a comparação com a minha vida. Não é que eu sinta inveja (aquela coisa negativa, de vilã de novela). Pelo contrário, gostaria muito de também estar pensando em casamento, em casa própria com o noivo, enxoval, viagens, trabalhos, mudanças, aumentos... parecem coisas tão distantes e não merecidas por mim.

Semana passada (ou será retrasada, já?) fui ao neurologista. Ele já foi médico do meu pai, mas acabou indicando o atual para dar continuidade ao tratamento. Eu acabei me afeiçoando bastante a ele e acabo chorando toda vez que tenho consulta. Faço um tratamento para depressão (assunto que ainda vou abordar no blog - só falta criar coragem para falar) e enxaqueca. 

Nesta última consulta, ele falou algumas coisas que me deixaram pensativa (até demais). Disse que ele tem filhas da minha idade e, que nesta época da vida, eu deveria estar aprendendo a dar banho nos meus filhos e não no meu pai. Que se meu pai fosse consciente, provavelmente gostaria que eu tocasse a minha vida. Dentre outras coisas.

O que você, leitor, acha de tudo isso? Me dê uma luz, uma opinião, sugestão, bronca, conselho, uma piada, qualquer coisa! Hoje meu pai gritou tanto comigo, que fiquei totalmente sem chão. E eu só queria trocar o lençol molhado da cama dele... é tão bom vê-lo tão esperto sem remédios, mas ao mesmo tempo é tão difícil aguentar as patadas que ele dá inúmeras vezes, sem nenhum motivo. 

sexta-feira, 8 de março de 2013

Sabonete para macho


Meu pai gosta de usar o sabonete Dove, o mais tradicional, de embalagem azul.

No supermercado, ele notou que havia uma versão nova, com "men" escrito e disse:

- Vou pegar esse de MACHO! 
- Opa! Vai arriscar um cheiro diferente? 
- Vou! Mas também vou pegar um "normal". E o de maaaaaacho!

Continuando as compras, meu pai quis um monte de bolacha de chocolate. Ficou contente quando viu uma de coco e falou "pressstiiígio!!!". Eu já estava prestes a colocar na nossa cestinha, quando ele falou:

- Se bem que eu não sou muito chegado em coco! 

O passeio foi tranquilo na maior parte do tempo. Só em um dado momento, quando um funcionário gritou para brincar com o outro e meu pai soltou uns palavrões bem cabeludos, que por sorte ninguém ouviu.

Saco?



No carro, minha mãe disse:

- Viu, filha, então passa no banco e saca dinheiro.
- Saco! - respondi.
- SAAAACO?????? - meu pai gritou, indignado.
- é, pai, mas é saco do verbo sacar! Eu saco, tu sacas, ele saca.... 
- Aaaaahhh bom, pensei que fosse outro saco!!

Nós três rolamos de rir!

Chorão


Ontem faleceu o cantor Chorão, da banda de rock Charlie Brown Jr. 

Como esta notícia é importante, passou em vários programas durante o dia. Em um deles, disseram que foi encontrado um pó branco no apartamento do falecido, mas que os resultados das análises ainda não estavam prontos. Na hora que ouviu isso, meu pai falou:

- Pó branco? É, farinha não devia ser. Ele não tem cara de quem fazia muito bolo.

Eu sei que a notícia é triste e tal, mas não consegui conter meu riso e minha alegria em ver meu pai raciocinando com rapidez.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Algarismos romanos


Conversando com meu pai sobre nosso hábito de fazer palavras cruzadas, comentei que tanto minha irmã quanto eu, sempre confundimos os números 50 e 500 em algarismos romanos.

Meu pai estava sentado e deu uma espreguiçada, dizendo:

- É muito simples! Letra "D" é 500 e "L" é 50.
- Mas pai - questionei - tem algum truque para decorar?
- Hum..... - ele pensou um pouco - Lembre-se de MMDC: o "D" sempre vem com o "M". 

"Plim" acendeu a lanterninha na minha cabeça. E fiquei orgulhosa do meu pai, como sempre!

A dificuldade em escolher


Bem no início da doença, meu pai apresentou aquela mudança de personalidade e comportamento que já comentei aqui no blog.

Uma das esquisitices ocorria sempre que saíamos para comer. Ele sempre gostou de escolher o prato, mas começou a nos deixar escolher sempre. E, quando perguntávamos sua opinião, ele respondia muitas vezes com agressividade um "tanto faz". 

Ficava aquele "climão" na mesa, durante boa parte da refeição. Lembro-me que em algumas vezes, a rainha do choro (eu) não se aguentava e começava a chorar ali mesmo, engolindo cada garfada com angústia e raiva.

Nestes momentos, admirava muito a minha mãe, que com muito jogo de cintura e bom humor, tentava voltar a conversar e amenizar a desagradável situação.

Ir a restaurantes já não era mais tão agradável e ainda não fazíamos ideia da gravidade e existência da doença que estava tomando conta das atitudes do meu pai.

terça-feira, 5 de março de 2013

Mercadão, mercado, mercadinho

Essa imagem é do vídeo Fake Plastic Trees 
de uma banda que amo, chamada Radiohead

No último sábado, perguntei para o meu pai:

- Ei papito, vamos dar um rolê?? 
- Vamos!! - ele respondeu rapidamente, animado.
- Só que é um programão, hein? Vamos até o supermercado e depois ao mercadão!
- Tá bom! Deixa eu trocar de roupa, então! Vamos no mercado, mercadão e mercadinho! Tem que ir no mercadinho, também! Hahahahihihihi

E rimos bastante.

Ao voltar do super passeio, meu pai disse:

- É... tem que ter muita paciência para ir ao supermercado. O povo é tudo barbeiro! Fica com os carrinhos parados nos corredores!

Concordei na hora, aliviada dele não ter ficado nervoso por este motivo durante as compras.
- Bom dia! 
- Bom dia, paizinho! Dormiu bem?
- Sim!
- Acordou cedo, hein?
- Que horas são?
- Sete da manhã!
- Sete???? Deu até sono! Hihihihi
- Ah pai, já que já acordou, aproveita para tomar café e depois dá uma cochilada! 
                        - Tá bom!