Até quando pretendo cuidar do meu pai?
Essa é a pergunta que me ocorre quase que diariamente.
Meu namorado e eu planejamos morar juntos - e ficar noivos, né Régis, vou ganhar meu anel, êeebaaa - quando eu terminar o meu curso de finanças. Também desejo trabalhar nessa área (não mais com nutrição). Até já pensei em continuar cuidando de idosos, pois acho que já tenho alguma experiência e é difícil encontrar pessoas confiáveis para esse trabalho - que exige tanta dedicação e carinho. Mas isso é outra história. O que você acha, caro leitor?
Bom! Enquanto isso, vou sonhando. E me preocupando. Quem vai cuidar do meu pai? Se nem os mais "chegados" tem tanta paciência como eu, quem terá?
Bom! Enquanto isso, vou sonhando. E me preocupando. Quem vai cuidar do meu pai? Se nem os mais "chegados" tem tanta paciência como eu, quem terá?
Planejar é uma coisa, colocar em prática é outra totalmente diferente. Que agonia...!
Tem uma senhora que ajuda na limpeza de casa aos sábados. Durante a semana ela trabalha num distrito de Ribeirão Preto, Bonfim Paulista, e chama-se dona Lucia.
Apesar de já ter 60 anos, cuida de uma casa enorme e, pelo que me disse, nunca recebeu nenhum aumento, férias ou bônus. Pura sacanagem da patroa, que é "cheia da grana".
Acho que ela é a única pessoa que confio para deixar meu pai. Sabe aquela mulher boa, de coração enorme e sensível, que preza pela honestidade e respeito? É a dona Lucia.
Teve uma época em que eu brincava que ainda iria "rouba-la" da patroa mesquinha e ela ria alto - imagino que na esperança de eu convida-la mesmo para trabalhar em casa.
Quando vou para São Paulo, costumo sair sábado de manhã e, durante este período, a dona Lucia fica com meu pai - minha mãe trabalha até às 13 horas. Ele fica bem comportado com ela. O único medo que a dona Lucia sente, é que meu pai saia de casa. Mas ela não precisa se preocupar, pois ele não tem a chave do portão.
Em janeiro, pensava que talvez nem precisasse me preocupar com quem meu pai ficaria, pois achei que ele ia morrer. Morrer. Morte. Palavrinhas pesadas, não? Eu tinha tanto medo de perder meu pai a qualquer instante! Ele estava tão fraquinho e dependente. Agora, está se alimentando bem, tomando banho e ativo - acho que ele está bem e não vai morrer de uma hora para a outra.
Tô meio depressiva esses dias. Sem muito ânimo, me sentindo meio inútil. O pior é que eu sei que deveria estar animada e feliz, porque meu pai não depende mais (tanto) de mim. Mas acho que isso me faz ter tempo para parar e pensar em mim, na minha vida e no que eu estou "perdendo", enquanto todos ao meu redor só estão "ganhando".
Hoje comprei presente (pela internet, eita facilidade moderna) de casamento para um amigo que admiro bastante. Estou super feliz por ele e pela noiva, que se formaram na USP mais ou menos na mesma época que eu. Recentemente, minha melhor amiga também ficou noiva e foi morar com o parceiro. Fico pensando o quanto eles serão felizes para sempre. Mas é inevitável a comparação com a minha vida. Não é que eu sinta inveja (aquela coisa negativa, de vilã de novela). Pelo contrário, gostaria muito de também estar pensando em casamento, em casa própria com o noivo, enxoval, viagens, trabalhos, mudanças, aumentos... parecem coisas tão distantes e não merecidas por mim.
Semana passada (ou será retrasada, já?) fui ao neurologista. Ele já foi médico do meu pai, mas acabou indicando o atual para dar continuidade ao tratamento. Eu acabei me afeiçoando bastante a ele e acabo chorando toda vez que tenho consulta. Faço um tratamento para depressão (assunto que ainda vou abordar no blog - só falta criar coragem para falar) e enxaqueca.
Nesta última consulta, ele falou algumas coisas que me deixaram pensativa (até demais). Disse que ele tem filhas da minha idade e, que nesta época da vida, eu deveria estar aprendendo a dar banho nos meus filhos e não no meu pai. Que se meu pai fosse consciente, provavelmente gostaria que eu tocasse a minha vida. Dentre outras coisas.
Hoje comprei presente (pela internet, eita facilidade moderna) de casamento para um amigo que admiro bastante. Estou super feliz por ele e pela noiva, que se formaram na USP mais ou menos na mesma época que eu. Recentemente, minha melhor amiga também ficou noiva e foi morar com o parceiro. Fico pensando o quanto eles serão felizes para sempre. Mas é inevitável a comparação com a minha vida. Não é que eu sinta inveja (aquela coisa negativa, de vilã de novela). Pelo contrário, gostaria muito de também estar pensando em casamento, em casa própria com o noivo, enxoval, viagens, trabalhos, mudanças, aumentos... parecem coisas tão distantes e não merecidas por mim.
Semana passada (ou será retrasada, já?) fui ao neurologista. Ele já foi médico do meu pai, mas acabou indicando o atual para dar continuidade ao tratamento. Eu acabei me afeiçoando bastante a ele e acabo chorando toda vez que tenho consulta. Faço um tratamento para depressão (assunto que ainda vou abordar no blog - só falta criar coragem para falar) e enxaqueca.
Nesta última consulta, ele falou algumas coisas que me deixaram pensativa (até demais). Disse que ele tem filhas da minha idade e, que nesta época da vida, eu deveria estar aprendendo a dar banho nos meus filhos e não no meu pai. Que se meu pai fosse consciente, provavelmente gostaria que eu tocasse a minha vida. Dentre outras coisas.
O que você, leitor, acha de tudo isso? Me dê uma luz, uma opinião, sugestão, bronca, conselho, uma piada, qualquer coisa! Hoje meu pai gritou tanto comigo, que fiquei totalmente sem chão. E eu só queria trocar o lençol molhado da cama dele... é tão bom vê-lo tão esperto sem remédios, mas ao mesmo tempo é tão difícil aguentar as patadas que ele dá inúmeras vezes, sem nenhum motivo.